#Emoções O Anatômico



OITAVO CAPÍTULO DE O ANATÔMICO


“Está perfeito, um quadro divino, pintado com sangue dos injustiçados. Nada se mostra melhor do que sentir a dor daqueles que não podem se defender. As esculturas são lindas, uma beleza macabra que enche os olhos de qualquer psicopata. Pena que é uma arte que dura pouco, pois a matéria prima se deteriora em questão de horas. Mas vale a pena observar, vale a pena fazer tal arte que mesmo depois de pronta pinga tinta vermelha”.

“Para aqueles que gozam dessa arte, apreciem sem moderação a aberração desenhada pelas mãos do senhor do submundo representado aqui na terra”. 

CENA 1

Wagner coloca o corpo de Gabriela dentro de um saco com a ajuda de Mario. 

Wagner – Então Mario, você sabe muito bem o que deve fazer com este corpo, não sabe?

Mario – Sim, já está tudo pronto, o local, os equipamentos que vou utilizar. Tudo. Logo sua obra de arte virará cinzas que serão jogadas no rio dos Montes.

Wagner olha pela última vez para o rosto desfigurado de Gabriela, ele da um beijo em sua testa ensanguentada, ele fecha o saco e ajuda o seu companheiro de trabalho a levá-la até o carro.

CENA 2


Alessandro está em seu quarto, seu rosto demonstra toda a preocupação que ele está sentindo, afinal saber que sua namorada está esperando um filho dele sendo que ele tem apenas 15 anos, não é nada agradável.

Alessandro (pensando) – Meu Deus e agora o que faço? Preciso do dinheiro urgente, pois não quero ter esse filho. Como foi que aconteceu? Tenho que resolver isso enquanto a Carolina está decidida em retirar a criança, pois se ela mudar de ideia eu terei problemas.

Alessandro resolve espera seu pai, ele vai pedir o dinheiro a ele e confessar o que aconteceu. Ele não vai ousar em contar à Lorena, pois certamente ela não iria deixar fazer o aborto.

CENA 3

HORAS DEPOIS... 

Wagner chega a sua casa, muito cansado, mas também eufórico e louco para mostrar a sua realização. Não é somente um sonho, agora ele pode realizar o que seu instinto pedia todas as noites.

Antes de entrar no quarto ele resolve ir ver se o seu filho já está dormindo, pois ele não quer correr o risco do Alessandro ouvir alguma coisa. 

Ele bate na porta.

Alessandro – Quem é?

Wagner – Sou eu filho, está tudo bem? Só queria saber?

Alessandro se alegra e desespera ao mesmo tempo, então se enchendo de coragem ele convoca seu pai.

Alessandro – Pai entre, pois preciso falar com você.

Wagner – Não podemos conversar amanhã filho estou muito cansado.

Alessandro – Pai é urgente, seria melhor que fosse agora mesmo, eu preciso de sua ajuda.

Wagner aceita e Alessandro abre a porta. Os dois sentam na cama e Wagner pergunta.

Wagner – O que aconteceu? Terminou com sua namoradinha?

Alessandro – Pai é algo muito pior. Eu não sei como, mas Carolina está grávida.

Wagner olha para o garoto muito surpreso. Então em um ataque de fúria ele segura seu filho pela camisa e fala.

Wagner – Moleque você só tem 15 anos, como você me vem com essa de ser pai. Por acaso você tem maturidade suficiente para criar uma criança? E aquela puta de sua namorada, tem responsabilidade para ser mãe? Por que você não usou as camisinhas que te dei hein?

Alessandro – Por favor, pai me escuta. Eu fiz tudo como o senhor disse, usei camisinha sim, mas a Caroline acha que furou, por isso ela engravidou.

Wagner solta o garoto e pergunta.

Wagner – Bom você e essa piranha já sabem o que vão fazer? Ela deve está adorando, aposto que foi golpe que ela te deu.

Alessandro – Como assim um golpe?

Wagner – Com certeza ela esperou você dormir e pegou a camisinha que você usou e injetou na perereca o seu sêmem. Só para te dá o golpe.

Alessandro – Não acredito nisso pai, pois ela é a mais interessada em resolver esse problema. Ela quer retirar o bebê. Ela me disse que umas amigas dela já passaram por isso e retiraram com a ajuda de uma parteira clandestina especialista em aborto. O problema que ela cobra um valor um pouco alto e preciso do dinheiro para amanhã.

Wagner – Entendi, é realmente parece não ser culpa dela, já até sei o que aconteceu você deve ter aberto o pacote de camisinha com o dente e isso deve ter causado um furo. Bom, quanto, vocês precisam.

Alessandro – Nem me lembro com abri o pacote no dia da nossa primeira transa, mas como era inexperiente deve ter sido isto mesmo. Carolina disse que a mulher cobra 3 mil reais.

Wagner – Está bem, amanhã te dou este valor, mas nem pense em contar para sua mãe, pois se ela souber você, eu e essa piranha sua estaremos lascados viu?

Alessandro – Eu sei. Pai e, por favor, não chame minha namorada de piranha.

Wagner olha para o garoto com negatividade, o pai da um beijo em seu filho, deseja boa noite e sai. Alessandro percebe que a roupa do pai têm umas manchas de sangue. Ele chega a pensar que é por causa da manipulação das peças, mas logo percebe que as peças já prontas não sangram. Mas ele logo esquece isso e volta a pensar em seus problemas.

CENA 4

Wagner entra no quarto de Lorena, ela se volta para ele e ver em seu rosto a alegria, um sorriso. Ela pressentia que a realização do seu marido rendeu ótimas fotos.

Wagner agarra a sua esposa e lhe dá um beijo bem molhado. Lorena de imediato o empurra e pede o que ela realmente estava esperando o tempo inteiro.

Lorena – As fotos, cadê Wagner? 

Wagner – Nossa Lorena que insensibilidade, as fotos estão todas aqui. Mas não acho adequado ficarmos aqui apreciando a minha arte, pois o Alessandro está acordado ainda e não quero correr o risco dele ver alguma coisa. Vamos para aquele quarto que você preparou.

Lorena – Está certo. Mas como você sabe que o Alessandro ainda está acordado? Foi lá no quarto dele?

Wagner – Sim fui conferir. Ele está um pouco abatido, parece que brigou com a namoradinha.

Lorena – Nossa então preciso conversar com ele. Realmente ele não estava conseguindo falar com ela mais cedo. Vou lá.

Wagner – Não Lorena, eu já conversei com ele, vai ficar tudo bem. Você sabe, são adolescentes. Agora deixe um pouco este espírito materno de lado e vamos ver as fotos.

Lorena se rende ao pedido de seu esposo e os dois juntos vão para o lugar preparado por ela para poderem deliciar as fotos da barbárie que seu homem havia cometido.

CENA 5

 Já no quarto a mulher se mostra ansiosa para ver o resultado. Wagner então retira a máquina fotográfica e o celular do bolso para mostrar as fotos. Lorena se recusa em vê-las.

Lorena – Não quero ver estas fotos deste jeito. Imprima todas e só depois me mostre.

Wagner – Como quiser querida, como quiser.

Wagner então imprime todas as fotos e por fim mostra todas impressas para a sua esposa. Lorena olha hipnotizada para aquelas imagens, ela delirava ao ver a sua inimiga, a mulher que tinha roubado momentaneamente o seu marido. A mulher estava toda retalhada, despedaçada e isso causou grande alegria em Lorena.
Lorena – Perfeito Wagner, perfeito. Essa vagabunda teve o que merece.

Wagner comemora.

Wagner – Que bom que gostou.

Lorena – Agora saia daqui, eu quero ficar sozinha apreciando as fotos.

Wagner – Não posso ficar e olhar o show?

Lorena – Não, você já aproveitou de mais, agora é minha vez.

Wagner se conforma e sai, antes dá um beijo na testa de Lorena. Sozinha Lorena começa um rito, um rito sexual e macabro. Ela se despiu totalmente e olhando para aquelas fotos que demonstravam o sofrimento daquela que ela tanto odiava, Lorena começa a se masturbar freneticamente. Como ponto alto da prática sexual ela utiliza as fotos como um estimulante, potencializador do seu prazer maluco. Ela esfrega as fotos do corpo da menina em sua vulva. Roça aquelas imagens de sangue no clitóris dela e enfim chega ao gozo quase infinito.

CENA 6

O outro dia chega lindo para os viventes.

Wagner levantou cedo afinal ele tinha que resolver o problema do filho ante de ir trabalhar.
Na mesa do café.

Wagner – Mulher eu vou mais cedo para o trabalho, tenho que resolver umas coisinhas com o Mario.

Wagner então olha para o filho demonstrando as suas verdadeiras intenções.

Lorena – OK amor, então eu levarei o nosso filho para escola.

CENA 7

Na escola Alessandro se encontra com Carolina no intervalo.

Alessandro – Fique tranquila, meu pai vai me dar o dinheiro, ainda hoje você ficará livre deste problema. 

Caroline – Vou ligar e marcar com a mulher então. A tarde nos vemos para você me dá o dinheiro.

Alessandro – Fechado.

Mais tarde...

Wagner – Aqui está o dinheiro, vá lá e mande tirar esse feto da barriga dela.

Alessandro – Pai, eu não sei como agradecer.

Wagner – Um dia saberá.

Alessandro faz uma última pergunta que deixa seu pai intrigado.

Alessandro – Deixa eu te perguntar. Ontem vi sua roupa com manchadas de sangue. O senhor recebeu uma peça nova?

Wagner (preocupado) – Sim era uma fresquinha. (risos)

CENA 8

Já com o dinheiro em mãos, dado pelo Alessandro, Caroline se dirige para o local onde será feito o aborto. Ela sua frio, pois está com muito medo.

Minutos depois...

Já está tudo pronto, todos os instrumentos e medicamentos caseiros e farmacológicos estão postos para fazer o aborto.

Parteira – Tome estes remédios querida eles vão fazer com que a criança saia já morta.

Carolina toma os medicamentos e alguns minutos depois ela começa sentir fortes dores. O aborto começa.

Carolina (gritando) – SOCORRO, ME AJUDE, EU VOU MORRER COM ESTA DOR DESGRAÇADA. AÍ O GURI ESTÁ MEXENDO DENTRO DE MIM, TIRA ESSA DESGRAÇA DE MIM TIRE AGORA.

Parteira – Calma criança o feto já vai sair.

A parteira então pega um instrumento utilizado em partos quando preciso chamado fórceps e introduz na vagina da menina que continua gritando. A parteira encontra o feto e encaixa o instrumento na cabeça do bebê. Com um só movimento ela puxa a criança. Carolina defeca de tanta dor.

O feto sai ainda vivo. Aquilo que ainda se formava e que seria um bebê lindo se contorcia e agonizava. A parteira olha para ele e começa a sentir-se mal. Ela nunca havia sentido mal antes após um parto. 

A menina não gritava mais, estava sem forças.

Horas depois...

Pronto, querida pode ir embora está tudo bem agora. Carolina ainda está aérea, Alessandro a buscou.

Alessandro – Deu tudo certo então?

Parteira – Sim ela vai terminar de se recuperar em casa. Lembre-se de não sair espalhando para qualquer um não viu menino.

Alessandro – Pode deixar. Obrigado dona...

Parteira – Margarida, este é meu nome.

CENA 9

Meses depois...

Carolina não se recuperou totalmente do aborto, ela sonhava todas as noites com o feto se contorcendo ao lado dela. Vendo aquele rio cheio em sua frente ela resolve dar fim aquela tortura. O sangue daquela criança seria vingado. Carolina se joga nas águas caudalosas e desaparece. Nunca mais ela foi vista, o seu corpo nunca mais foi achado.


CONTINUA




Gente comentem aí. A opinião importa.

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