QUARTO CAPÍTULO DE O ANATÔMICO
“A ganância dita o
percurso da vida, quem vive quem morre. Ela é uma parceira inseparável do anjo
fúnebre. Os dois em comunhão pescam almas para divertirem a morada que fede a enxofre”.
“Onde está o amor, onde
está a compaixão? Por que o mar está vermelho, para onde vai tanto sangue? Quem
está bebendo-o? Por que o olhar dela é tão macabro? Desde pequena um olhar
morto acompanhava a pobre criança. Por quê?”
“Vai saber o que ocorreu.
Talvez o mal apossasse dela para fazer o que lhe foi ordenado. Nada é certo.
Nada pode explicar a crueldade da criança. Que Deus conforte suas vítimas”.
CENA 1
Lorena e
Wagner continuam no monte ele olha para aquela que logo será a sua mulher, que
logo vai dividir com ele os seus dias, ele abaixa a cabeça e começa a imaginar
como será a vida de casado que se aproxima.
Wagner – Lorena, meu amor. Estou aqui pensando
como tudo será, espero que a realidade supra minhas expectativas.
Lorena – Fique tranquilo meu querido eu garanto
que conseguiremos tudo que estamos planejando, vamos ser felizes do nosso
jeito, mas vamos.
Wagner olhar
para moça com um olhar cheio de volúpia. O corpo da garota o agradava, ele
imaginava o corpo dela nu cobrindo-o como um cobertor.
Wagner – Você quer mesmo esperar o casamento?
Lorena – Não quero. Eu quero agora.
Wagner – Mas eu pensei que você não concordava.
Afinal você evitou durante todo nosso namoro.
Lorena – Sim, mas agora me sinto segura pronta
para me entregar e não precisa ser amanhã, pode e deve ser agora.
- Vem Wagner
me possua.
Wagner não
diz nada. Ele pega sua amada abre a porta do carro, coloca ela apoiada no banco
do motorista e começa a despi-la. Ele estava muito excitado, sua respiração
muito ofegante mostrava sua vontade de penetra-la. Ele abaixa o zíper de sua
calça e ao mesmo tempo tira a calcinha dela. A penetração começa a base de
muito amor, carinho, cuidado.
Ela sente o
prazer do amor selado com o encontro da carne.
Lorena – Wagner isso é delicioso. Você tem que
me mostrar mais. Vai amor mostra. Entra mais fundo, me mostra, me saboreia, me
enlouqueça.
O Homem
estava já ofegante ele já delirava de tanto prazer. Mas de repente ele vê. Uma
mulher estava em sua frente sangrando. Um homem estava atrás dela fazendo o
mesmo que ele. O homem introduzia forte na mulher e vendo aquela imagem o
Wagner pôs a também penetrar forte em sua noiva forte e mais fundo. Lorena até
então adorava. Mas Wagner começou a entrar ainda com mais vigor. Ele percebeu a
mudança de atitude do seu amor. Ela já entendia o que estava acontecendo.
Lorena
– Wagner para está machucando. Sai daí, anda Wagner se recupere você
consegue. WAGNER ISSO MACHUCA. AÍ AÍ AÍ.
Wagner
repetia freneticamente o que o homem fazia com aquela mulher. O homem fazia a
vagina da torturada sangra e a de Lorena também começava a sangrar. Ela gritava
e ele correspondia socando ainda mais forte e pronunciando vários palavrões.
Até que a Lorena grita o mais alto que pode.
Lorena (gritando) – Seu demônio pare, chega, deixe-me em
paz, saia dele agora.
Wagner para
no mesmo momento e volta do que parecia ter sido um pesadelo principalmente
para Lorena. Ele olha chorando para ela.
Wagner (chorando) – Me perdoe Lorena, eu não fiz por
querer. Oh meu Deus eu te machuquei, me perdoe.
Lorena toda
ensanguentada e dolorida fala de forma abafada.
Lorena – Tudo bem, eu sei o que foi isso.
Ele dava
crises com frequência, ele nunca a violentou sexualmente, afinal era a primeira
vez que eles transavam. Mas nas outras crises ele batia na sua futura esposa.
Repetindo tudo que aquele homem em sua frente fazia, Wagner agia como seu pai.
CENA 2
Margarida já
estava longe, Larissa olhava na janela pensativa, ela colocava no lugar, as
suas ideias.
Larissa – Como vou contar para Lorena que
encontrei a sua mãe e que ela é a neta de nossa empregada?
- Nossa como
a Margarida consegui esconder por tanto tempo? Ela chegou a dizer para mim que
a sua filha tinha sofrido um aborto instantâneo. Será que ela conseguia dormir
à noite?
Adailton – Mulher o que te faz ficar tão
preocupada?
Larissa se
volta para o seu marido.
Larissa – Marido o que tenho para te falar é
muito importante.
Adailton – Fale.
Larissa – Eu sei a origem da Lorena. Ela é neta
da Margarida. A filha da nossa empregada deu a luz e como não tinha condições
para cuidar da criança, Margarida então abandonou a Lorena próxima a nossa
casa.
Adailton
ouviu tudo surpreso e uma raiva intensa tomou conta dele.
Adailton – Como uma mãe se atreve a fazer tamanha
barbárie?
Larissa – È muito triste mesmo, mas essa má ação
rendeu a garota uma nova vida, bem melhor daquela que elas poderiam oferecer.
CENA 3
Lorena chega a
casa já muito tarde exausta e machucada a mãe dela esperava.
Larissa – Filha eu preciso falar com você.
Lorena – Eu vou tomar um banho primeiro mãe
então depois conversamos.
Larissa – Ok
Minutos
depois Lorena e Larissa estão frente a frente. Neste momento toda a verdade
seria dita.
Larissa – Minha filha eu encontrei a sua avó eu
sei de onde você veio. Eu estou te falando, pois apesar de quase nunca
perguntar sobre suas origens acho que é importante que você saiba.
Lorena – Não tenho interesse em saber disso.
Larissa – Lorena você é neta da Margarida nossa
funcionária.
Lorena olha
para mãe sem esboçar nenhuma reação, não dava para imaginar o que se passava na
mente da garota.
De repente
ela se manifesta.
Lorena – Neta de empregada? Que discórdia. E a
mulher que me pariu, onde está?
Larissa - A filha da Margarida morreu
assassinada. Era usuária de drogas.
Lorena – Teve o que merece.
Larissa – Não fale assim, ela errou, mas ninguém
a não ser Deus pode julgar de forma tão cruel um pecador, afinal todos nós
somos pecadores.
Lorena se
mostra cansada e diz à mãe que vai dormir. Larissa vendo o desgaste da filha se
despede.
CENA 4
10 DE MAIO DE
2000
Chegou o
grande dia, estava praticamente tudo pronto para o momento mais importante na
vida do casal Wagner e Lorena. A festa prometia.
O Wagner se
mostra muito tenso, inquieto andando para todos os lados enquanto se arruma.
Horas
depois...
E o momento
chegou, a igreja de Monte Negro está linda, cheia e preparada para receber a
noiva.
Wagner espera
ansioso, a chegada de Lorena.
A musica começa a tocar dando início à
cerimônia.
Tudo está
perfeito. A felicidade estampa os rostos dos dois novos casados da cidade.
Todos compartilhavam a alegria deles, mas ninguém estava mais feliz que os criadores
dos pombinhos.
Ninguém imagina
que algo terrível irá acontecer depois.
Mais tarde...
A festa
estava avançando madrugada adentro todos dançando freneticamente numa festa
alucinante. Horas se passavam e ninguém era vencido pelo cansaço. Mas os pais
de Lorena já estavam cansados.
Larissa – Vamos embora Adailton, estou muito
cansada não aguento ficar mais. Nossa filha terá que nos perdoar.
Adailton – Vamos sim querida, eu também estou
cansado, já estamos velhos para suportar essas festas. (risos).
Larissa
explica para filha os motivos da ida. Ela e o marido se despedem e vão. Os pais
da Larissa saem do estacionamento. Uma moto com dois indivíduos que estavam ali
há bastante tempo também se movimenta. Os motoqueiros acompanham discretamente
o carro por alguns metros e então ‘o garupa’ saca a arma e atira diversas vezes
contra o carro. Este carro não era blindado, pois o blindado da família estava
com Lorena.
Lorena sente
os 10 disparos atingirem seu pai e sua mãe. Ela suspira, Wagner percebe.
Wagner
– O que foi Lorena?
Lorena (sussurrando) – Aconteceu. Eu estou sentindo o sangue
derramando.
Lorena não
conseguia falar mais nada, logo chegaram com a notícia. O desespero tomou conta
da festa e a alegria foi destruída pelo acontecimento aterrorizante. Lorena
continua a olhar para lugar nenhum e por fim uma lágrima, uma única lágrima cai.
CONTINUA
Pessoal o que acharam comentem ai.